segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Um exemplo do uso de TRIZ e de Manufatura Enxuta na área industrial - Uma experiência pessoal


Recentemente usei a TRIZ em uma situação industrial, em empresa automobilística, no galpão de pequenas prensas. Neste caso, a prensa, de alimentação semi-automática das chapas, era operada por meio de ar comprimido, e moldava as peças individualmente, sendo as mesmas retiradas do molde pelo operador através de uma pinça. Ocorriam com freqüência acidentes com os dedos e mãos dos mesmos nesta situação, pois necessitavam de serem rápidos e atentos. A solução foi simples, partindo de uma CONTRADIÇÃO: alta velocidade da prensa e insegurança maior do operador; menor velocidade, MAIS SEGURANÇA E BAIXA PRODUTIVIDADE.
OBJETIVOS DA SOLUÇÃO PROPOSTA: Garantir a segurança dos operadores e manter o ritmo de produção.
A SOLUÇÃO:
1) Para manter o ritmo da produção em velocidade estável e dentro da normalidade, imaginei usar recursos do próprio sistema: AR COMPRIMIDO, GEOMETRIA LOCAL e GRAVIDADE. Determinei que se fizesse um furo na parte inferior do molde até chegar à base da peça produzida, que era bem leve.
2) O ar comprimido que se perdia foi então reintroduzido, por meio de uma mangueira, através deste furo no molde, atingindo a peça em sua superfície inferior, numa espécie de "feedback" da energia dispendida na prensagem, com o golpe de ar comprimido da exaustão. Esta energia era evidentemente inferior àquela usada para acionar o mecanismo de prensagem!
3) Com isto, a pequena peça recém prensada era liberada sob pressão e soprada para cima, indo de encontro a uma coifa de geometria apropriada em forma de V, especialmente dimensionada para isto, caindo em um cesto, que a recolhia. Para esta solução apoiei-me também em idéias de Shigeo Shingo (*), o que demonstra que TRIZ,Manufatura Enxuta e Automação Industrial tem muitos pontos em comum!
(1) CONTRADIÇÃO (2) RECURSOS (3) IDEALIDADE (4) PADRÕES DE EVOLUÇÃO (5) PRINCÍPIOS INOVADORES.
(*) Shigeo Shingo: Seus estudos o levaram ao desenvolvimento do Sistema Toyota - em conjunto com Taiichi Ohno, e do SMED (Single Minute Exchange of Die) por ele concebido. Além disso, criou e formalizou o Sistema de Controle de Qualidade Zero, o qual ressalta a aplicação dos Poka-Yoke, também criado por Shingo. O Poka-yoke,um sistema de inspeção na fonte, envolve o controle de produtos e suas características em si ou do seu processo de obtenção, de modo a minimizar-se a ocorrência de erros através de ações simples. O método pode ser dividido nas seguintes fases:
  • Detecção: busca identificar o erro antes que este se torne um defeito.
  • Minimização: busca minimizar o efeito do erro.
  • Facilitação: busca adoção de técnicas que facilitem a execução das tarefas nos processos de manufatura ou no fornecimento de serviços.
  • Prevenção: busca ações para impedir que o erro ocorra.
  • Substituição: busca substituir processos ou sistemas por outros mais consistentes.
  • Eliminação: busca a eliminação da possibilidade de ocorrência de erros pelo redesenho do produto, do processo de obtenção ou da prestação de serviços.
Fonte: Wikipedia

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